“Para aquelas que desde a sua mais tenra idade manifestam o desejo de entregar-se a Deus.”

Constituições, 232

Dentre os diversos períodos no processo de formação das religiosas, destaca-se em primeiro lugar, o Aspirantado. A finalidade do Aspirantado é ajudar as adolescentes que manifestam possuir gérmens de vocação a que discirnam mais facilmente e possam responder a eles. Isto possibilita também, que ao concluir este período, a candidata, tendo consciência clara do chamado divino, tenha alcançado uma tal maturidade espiritual e humana que lhe permita tomar a decisão de responder a dito chamado com a responsabilidade e a liberdade suficientes.

No Aspirantado existe uma orientação à vida religiosa, que longe de pressionar a aspirante, mostra-lhe a beleza e a grandeza da Vida Consagrada.

Consciente de que o chamado de Deus é gratuito e de que depende de sua libérrima vontade, a vocação tem com frequência, um primeiro momento de manifestação nos anos da pré-adolescência ou nos primeiríssimos anos da juventude.

“Será próprio do Aspirantado um forte ambiente familiar”

Outra característica desta casa é a alegria juvenil. Tudo isto em uma relação de grande confiança com as superioras, chaves para o reto discernimento vocacional: este requer que exista realmente no Aspirantado uma confiança familiar com os superiores e amizade fraternal entre as aspirantes, de maneira que, formando todos uma família, possam com mais facilidade desenvolver conveniente e adequadamente sua própria natureza, de acordo com as disposições da divina Providência.

Notas distintivas de nosso aspirantado:

  • espiritualidade se centrará no mistério do Verbo Encarnado;
  • O fim específico do Instituto de inculturar o Evangelho se buscará especialmente no estilo de formação espiritual, intelectual e cultura das aspirantes;
  • ímpeto missionário, em trabalhos apostólicos concretos, na intenção missionária que se porá no estudo, na oração e oferecimento de obras pelas missões;
  • A importância dada à vida comunitária e a caridade fraterna.

Objeções frequentes sobre a missão do Aspirantado

 1°) “Não é natural separar uma criança de sua família”

Verdadeiramente não é natural: é sobrenatural. Somente na fé se pode “entender” o mistério do chamado de Deus. Porém, não quer dizer que seja antinatural, visto que o Aspirantado não corta os laços com a família, ao contrário, os robustece, os promove e os ordena.

De fato, as Aspirantes visitam suas famílias periodicamente e, estas, por sua vez, sabem que têm no Aspirantado sua própria casa. Também, não faz à jovem um vazio afetivo como se pensa, já que o Aspirantado deve desenvolver-se em um afetuoso e alegre clima de família: a aspirante aprende a amar suas companheiras como verdadeiras irmãs e às suas superioras como verdadeiras mães.

2°) “O Aspirantado termina pressionando a menina a abraçar a vida religiosa”

A entrada no Aspirantado não implica para a menina uma decisão definitiva. Ela cursa seus estudos na maior liberdade. Se depois de um tempo descobre não ter vocação, não haverá perdido nada, ao contrário, terá adquirido uma formação intelectual e espiritual que muito dificilmente poderia haver alcançado em outro ambiente.

A jovem adquire uma liberdade que não teria no mundo. Pode ver com maior objetividade as coisas e discernir por motivos sobrenaturais sua vocação.

3°) O que sabe (a jovem) da vida nesta idade?

O primeiro passo no discernimento da vocação é escutar a voz de Deus, e, para isto, não se requer que se tenha experimentado tudo. São uma legião os homens e mulheres que o têm vivido e experimentado “tudo” e, entretanto, passam-se os anos da vida sem que tenham encontrado o norte; buscaram por todas as partes, menos em Deus. O resultado é o fracasso. São João Evangelista, modelo para os jovens que se consagram a Deus, não experimentou “tudo”, mas respondeu generosa e prontamente ao Senhor que também o chamava desde a tenra idade e por isso mereceu o nome de “o discípulo amado”.

Isso “nos dá a entender como ama Deus de modo especial a aqueles que se entregam a seu serviço desde a primeira juventude”, como disse Santo Tomás.